A humanidade tem convivido com as necessidades de sistemas automáticos há séculos. A Revolução industrial foi um dos movimentos no sentido de alcançá-los.
Talvez o primeiro dispositivo realmente automático foi a Máquina a Vapor de James Watt, uma vez que se sustentava em funcionamento, em resposta aos estímulos de quem a manobrasse.
É o tipo de automação que aos poucos foi se propagando, e seguindo em evolução, até os dispositivos eletromagnéticos, o que permitiu gerar processos industriais sequenciados.
Já no início do século XX, Henry Ford introduzia o conceito de linha de produção, e aplicava esteiras rolantes em sua fábrica de veículos.
A automação começou de fato com a válvula eletrônica e os elos de retroação, ganhou impulso com os transistores, mas os circuitos genéricos, de controle analógico e de elo singelo, só se tornaram viáveis com os amplificadores operacionais, na década de 1970.
Somente na década de 1980 nasceu o conceito de Sistema de automação, quando os microprocessadores trouxeram os conceitos de processamento de dados para o chão de fábrica.
A era do Computadores Pessoais
À medida que os microprocessadores evoluíram em microcomputadores, o conceito de sistemas de desenvolvimento e de sistemas de automação industrial se modernizaram.
De uma hora para outra, tornou-se possível desenvolver o sistema a partir de uma tela de monitor, simular o funcionamento deste, e, finalmente, programar um microcomputador dedicado para controlar processos, integrar tarefas, gerir a logística interna, e acionar a logística da empresa para adquirir os recursos, de modo a viabilizar a produção.
O sucesso foi tanto, que em pouco tempo diversas Empresas de automação incorporaram o conceito, oferecendo sistemas de desenvolvimento, associados ao hardware proprietário.
Diversas dessas empresas desenvolveram CLPs, os Controladores Lógicos Programáveis, com concepção proprietária.
Cada fabricante definiu que processadores iria usar, como faria a comunicação com Entradas e Saídas, quanto de memória de programa e de memória para dados reservaria para uso dos projetistas, etc.
E, no final, a automação industrial o que faz é acompanhar a ocorrência dos eventos normais (eventualmente mantendo contabilizados os produtos), detectar anormalidades (falta de matéria-prima, entupimentos, superaquecimentos), e corrigi-las ou disparar alarmes, eventualmente interromper a produção caso não reste outro recurso.
Mas a automação não se limita ao projeto: uma vez definido o detalhamento do processo, é necessário colocá-lo em prática. Caso o fabricante da automação não faça a instalação, empresas especializadas em instalação de instrumentação podem cuidar desde a alocação de tubos e eletrodutos, até o comissionamento do equipamento.
O ideal, para identificar essas empresas, é pesquisar, entre as Associações setoriais, uma que disponha de uma lista de empresas de automação industrial.
Outros ramos de automação
Um dos ramos que quase passa despercebido é o de Automação predial. Esse tipo de automação geralmente se divide em duas áreas bem delimitadas: a automação das atividades rotineiras de um prédio, e a automação do controle de acesso.
Na primeira categoria são inclusas funcionalidades como:
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Ar condicionado;
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Monitoramento dos elevadores;
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Bombas e caixas de água;
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Bombas de águas servidas e pluviais;
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Iluminação sob demanda e de emergência;
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Sinalização de garagens;
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Detecção e combate a incêndios;
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Comando do gerador auxiliar.
No tocante ao controle de acesso, há a necessidade de se admitir normalmente proprietários e pessoas que efetivamente trabalhem no local, rejeitando identificadores falsos ou caducos.
É essencial um sistema de identificação e autorização de visitantes temporários. Além desses cuidados, costuma-se incluir um Circuito Fechado de TV, que inclui câmaras giratórias ou grandes angulares.
A imagem das câmaras deve ser composta em grid, e alguns sistemas podem incluir software de tratamento de imagem como forma de captar intrusões.
Outros tipos de sensores, como os infravermelhos, podem detectar variações de calor à medida que pessoas entram na área de alcance. De fato, neste quesito, muita tecnologia pode ser agregada, desde que não gere falsas detecções.
A automação predial pouco difere da automação industrial: também depende de levantamento de necessidades do empreendimento, também deve ter seus equipamentos (leitores de crachás, câmaras de CFTV, condicionadores de ar, etc.) definidos, e o resultado desse levantamento segue para um programa, que por sua vez gera um arquivo de programação a ser carregado em um CLP ou computador dedicado à automação predial.
A automação é um campo vasto. Neste aspecto, os fabricantes têm ficado alerta para não deixar seus sistemas isolados. Cada vez mais, as interfaces vêm sendo inclusas no hardware, e os protocolos têm sido padronizados e divulgados, visando oferecer o reconhecimento dos modelos e das peculiaridades de cada acessório