Basicamente, cabos metálicos flexíveis, como são conhecidos atualmente, têm duas aplicações possíveis: a mecânica, e a elétrica.
A primeira como recurso de amarração ou tração; a segunda, para condução de correntes e transmissão de energia.
Cabos podem ser formados (trançados) em torno de outros cabos: o interno passa a receber o nome técnico de “alma”.
Assim, existem cabos que, apenas com a própria estrutura, romperiam-se devido aos esforços a que seriam submetidos, regulares ou temporários, passando a demandar uma alma que lhes garanta a integridade.
Cabos elétricos
São cabos, geralmente, compostos por metais de alta condutividade, que visam transferir energia da região onde esta é gerada, para a região onde pode ser consumida.
Durante muitos anos, esta funcionalidade era preenchida via Cabo de cobre nu.
Só mais recentemente, para esta finalidade passaram a ser usados cabos de Alumínio, também caracterizados por alta condutividade, porém, mecanicamente, mais frágeis.
Esta de fato é a principal aplicabilidade para cabos nus. Para a maioria de outras finalidades, os cabos de Cobre devem ser isolados, esmaltados ou recobertos com isolante, que pode ser de PVC, HEPR, XLPE, PTFE, etc.
Outra aplicabilidade é o Cabo de cobre nú para aterramento, assegurando proteção às malhas contra curtos-circuitos. É também usado para aterrar estruturas de equipamentos, como:
- transceptores;
- equipamentos de medição;
- núcleos de transformadores;
- conversores;
- fontes de tensão contínua;
- inversores;
- pára-raios.
Cabos para uso mecânico
Os cabos de aço foram inventados na Alemanha, entre a segunda e a terceira décadas do século XIX, por Wilhelm Clausthal, para uso em substituição de correntes metálicas.
Estas, já em uso há milênios, comprovaram que havia muita limitação no tocante à capacidade de elevar cargas.
Quanto maior a altura em que era necessário erguer as cargas, mais longas e mais pesadas se tornavam as correntes, mas este inconveniente era impossível compensar com espessura dos elos.
Pois isto voltava a ter impacto sobre o peso da corrente, que acabava colapsando devido ao próprio peso.
Muito mais leves e quase igualmente flexíveis, os cabos de aço possibilitaram alcances em altura inacessíveis até aquela data.
Ambientes corrosivos
Certos tipos de cabos de aço são investimento. Bem cuidados, podem durar muitos anos, desde que usados abaixo dos limites nominais, e, devidamente inspecionados e lubrificados, afastados de fatores corrosivos.
No caso destes últimos, evitar ambientes corrosivos nem sempre é uma opção.
Às vezes, o ambiente é agressivo e o serviço de tração via cabo não pode ser dispensado, mas não é o caso de sacrificar os cabos compatíveis com atmosferas neutras.
Um Cabo de aço inox tolera ambientes com diversos teores químicos, inclusive maresia e soluções salinas, soluções alcalinas e cloradas, sulfúricas e sulfurosas.
O aço inoxidável é uma liga, e foi inventada no início do século XX, por Harry Brearley, que identificou ligas cuja composição retarda a reação com umidade e Oxigênio.
Garantindo mínima tensão de ruptura de 1770 N/mm², possibilita escolha de diâmetro entre 1,6 e 57,3 mm. Assim, por exemplo, o Cabo de aço inox 2mm caracteriza-se por uma densidade linear de 14 gramas/metro.
Montagens com cabos
A montagem pelo uso de cabos depende de amarrações, que são proporcionadas por acessórios. Assim, com o uso de braçadeiras e presilhas, é possível criar estruturas para sustentação de lonas, redes, arranjos, etc.
A Presilha para cabo de aço funciona via compressão, devendo ser prensada para assegurar a posição relativa de dois segmentos de cabo.
Presilhas se caracterizam pelo aproveitamento único, não tolerando desmonte, muito menos reaproveitamento, valendo o mesmo para os cabos, que devem ser cortados no ato do desmonte.
O fato é que montagens temporárias são uma necessidade, possibilitando infraestruturas móveis, dispensando inutilização de cabos.
Necessidade de medir e cortar cabos novos a cada montagem, gerando material refugado e carente de reciclagem.
Por outro lado, os Clips para cabo de aço, também denominados de abraçadeira, possibilitam fixar mutuamente dois ou mais cabos, assegurando a compressão via duas porcas sextavadas.
De modo semelhante, pelo uso de chaves estrela ou chaves canhão, o conjunto pode ser desmontado, embalado para transporte, e novamente composto em outra ocasião e/ou local, sem perda de características.
Conforme exposto, é possível observar a imensa desproporção entre o peso do cabo inoxidável e o limite de carga tolerável.
Vem literalmente solucionar o problema que acabou desqualificando correntes para uso em lances muito longos.